14 fevereiro, 2006

Plano Nacional de Vacinação

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 348 > Fevereiro 2006
Rubrica: Cuidar de si
> Texto: Ana Cristina Gaspar

Entrou um novo ano repleto de novidades e de promessas. No campo da saúde entrou em vigor no dia 1 de Janeiro o novo Plano Nacional de Vacinação (PNV). A vacinação nas crianças e nos adultos é muito importante na prevenção de doenças infecciosas graves, que quando contraídas podem acarretar complicações gravíssimas e mesmo a morte.
As crianças, e os recém-nascidos mais concretamente, são um grupo vulnerável, pela sua imaturidade imunológica, a contraírem estas doenças. Assim, é indispensável que cada pai e mãe se dirija ao seu Centro de Saúde e leve o seu filho a fazer as vacinas recomendadas para a sua idade.
Também os adultos se devem vacinar de 10 em 10 anos contra uma doença chamada Tétano.
O novo PNV apresenta algumas mudanças nomea-damente na introdução de uma vacina nova: a vacina contra a meningite C (Neivac® ou Menjugate®). Esta vacina passa a ser efectuada aos 3, 5, 7 e 15 meses de vida.
O Ministério da Saúde lançou assim uma campanha que visa vacinar todas as crianças até aos 18 anos de idade com esta vacina. Esta campanha terá duas fases. A primeira decorrerá durante este ano de 2006 e tem por objectivo vacinar todas as crianças até aos nove anos de idade. Durante o ano de 2007 serão vacinadas as crianças entre os 10 e os 18 anos de idade. Estas crianças irão ser convocadas pelos enfermeiros dos cuidados de saúde primários de forma faseada, via bilhete-postal e via telefone.

Assim, os recém-nascidos:
 durante o seu primeiro mês de vida devem ser vacinados com a vacina contra a tuberculose (BCG) e com a 1.ª dose da vacina contra a hepatite B (VHB).
 Aos 2 meses de vida devem ser vacinados com a 2.ª dose de vacina contra a hepatite B e com a vacina contra a poliomielite, a tosse convulsa, o tétano difteria e o Haemophilos influenzae. Aqui também foi introduzida outra novidade que foi a substituição da vacina da poliomielite da forma oral (gotas) para a forma injectável e a junção de todas estas vacinas numa só (a chamada “Pentavacina”).
 Aos 4 meses o bebé faz a 2.ª dose da “Pentavacina”.
 Aos 6 meses faz a 3.ª dose desta vacina mais a 3ª dose da vacina contra a hepatite B.
 Aos 15 meses a criança deve efectuar a 1.ª dose da vacina contra a papeira, a rubéola e o sarampo.
 Aos 18 meses efectua a 4.ª dose da vacina contra a poliomielite, a difteria, o tétano e a tosse convulsa.
Está assim completa a chamada primovacinação.

A criança só volta a ser vacina em idade pré-escolar, aos 5 anos de idade.

Os pais que se dirijam ao seu Centro de Saúde não se devem esquecer de levar o Boletim Individual de Saúde e o Cartão de Utente.

03 fevereiro, 2006

Amar

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 348 > Fevereiro 2006
Rubrica: Ao abrir
> Texto: Zeferino Policarpo

“Deus é amor” é o nome da primeira encíclica de Bento XVI, publicada no passado dia 25 de Janeiro.

Diz o Papa na apresentação do documento: “Hoje, na terminologia que se conhece, ‘amor’ aparece, muitas vezes, longe daquilo que pensa um cristão quando se fala de caridade. Pela minha parte, quero mostrar que se trata de um único movimento com diversas dimensões. O ‘eros’, este dom do amor entre homem e mulher, vem da própria fonte de bondade do Criador, bem como a possibilidade de um amor que renuncia a si mesmo em favor do outro. O ‘eros’ transforma-se em ‘agape’ na medida em que os dois se amam realmente e um já não se busca a si mesmo, a sua alegria, o seu prazer, mas procura sobretudo o bem do outro. Assim, isto, que é ‘eros’ transforma--se em caridade, num caminho de purificação, de aprofundamento. Da própria família parte-se para a família maior da sociedade, para a família da Igreja, para a família do mundo. Se é realmente verdade que a Igreja é expressão do amor de Deus, daquele amor que Deus tem pela sua criatura humana, deve ser também verdade que o acto fundamental da fé, que cria e une a Igreja e nos dá esperança na vida eterna e na presença de Deus no mundo, gera um acto eclesial. Na prática, a Igreja, também enquanto Igreja, enquanto comunidade, de modo institucional, deve amar. E esta chamada “Caritas” é a necessária expressão do acto mais profundo do amor pessoal com o qual Deus nos criou, suscitando no nosso coração a tendência para o amor, reflexo do Deus Amor que nos transforma em Sua imagem.”

Por coincidência, na programação anual da A Folha dos Valentes, havíamos decido colocar o verbo AMAR como tema de capa do deste mês de Fevereiro, mês em que se celebra o dia dos namorados. Ao longo das páginas da revista podeis ler textos sobre o assunto. É um tema muito badalado nos nossos dias. Talvez por isso, o AMOR, entendido na perspectiva cristã que o Papa acentua na sua encíclica, atravesse uma certa crise. As causas podem ser muitas, mas penso que a raiz reside particularmente na mentalidade egoísta e auto-su-ficiente tão em voga na nossa sociedade. Amar pede precisamente que se caminhe em sentido contrário: fazer da vida um acto de doação, de entrega, de generosidade, de partilha, de desprendimento de si e das coisas. Quanto mais estes valores estão presentes na pessoa, mais intenso é o amor e maior é alegria que se experimenta quando se ama de verdade.

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