09 dezembro, 2006

Férias

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Nós, pais
> Texto: Ana Maria + Joaquim Leite


 Tempo de retemperar forças;
 Tempo de tolerância;
 A busca do calor, das praias, do sol, da natureza;
 A busca da leveza, de um livro, de uma conversa, de uma música, dos sons da natureza, em suma, procurarmos aquilo com que nos sentimos bem.

“Mais umas férias de Verão se aproximam. Que alegria! Terminou a escola, já não há trabalhos de casa para fazer, já não tenho que me levantar cedo! Está um calor! Que bom! O que fazer agora com todo este tempo livre que tenho?” – pensarão muitos.
Alguns até acharão que não há nada para fazer e que os dias vão ser uma monotonia. Mas se pensarem um pouco, na verdade as férias são um óptimo tempo de crescimento interior, desde que o orientemos e tiremos proveito desse tempo que temos “a mais”, e em que, a divertirmo-nos saudavelmente, podemos aprender muitas coisas para a vida. Nada melhor que o tempo de férias de Verão para fazer coisas diferentes. Aquelas coisas de que gostamos e que durante o ano lectivo aguardam uma oportunidade que tarda em chegar.

É agora o momento!
As férias são também um tempo privilegiado para recuperar forças, descansando, o que não é necessariamente não fazer nada, mas sim aproveitar o melhor possível o tempo disponível.
Preparar as férias já é um tempo que dá um certo prazer. Para onde vamos, com quem vamos, quando podemos ir, quanto tempo, o que entendemos poder gastar, que ambiente de férias é que precisamos. Este último aspecto é muito importante ser bem escolhido, ou corremos o risco de chegar ao fim das férias mais cansados do que no início.

Que podemos planear?
> Encontros com outros jovens da mesma idade, em grupos organizados, campos de férias em que há actividades bem divertidas;
> Fazer voluntariado durante uma parte das férias, começa a ser cada vez mais uma opção de muitos jovens. Há quem faça as férias a servir e a ajudar os outros encontrando aqui uma grande satisfação, pondo as suas capacidades ao serviço de quem necessita, sem propaganda. No fim talvez fique, e ficará com certeza, uma experiência que deixa um sorriso interior que dura e nos faz sentir úteis de uma forma diferente;
> Passear com os pais, ir à praia;
> Fazer tertúlias com os amigos, ouvir música, ir ao cinema;
> Tentar, acima de tudo, diversificar as actividades fazendo coisas que nos descontraem e nos agradam.
As férias são como que uma espécie de pausa retemperadora. A primeira necessidade é pormo-nos bem para depois voltarmos à actividade normal. É também um retiro se o quisermos, um tempo de mudança de ciclo na vida anual, um tratamento à nossa agitação, às angústias, a tanta coisa que nos apoquenta. Faz bem parar um pouco para depois estar melhor.
Bom, temos de nos lembrar que muitos de nós fazem as férias em casa, sem ir para fora. Nós também já fizemos isso várias vezes. Temos de fazer e procurar o que necessitamos e podemos, e nem por isso deixa de ser divertido.

Saborear a vida
Neste tempo de paragem estamos mais receptivos a saborear o valor de pequenas coisas:
> O prazer do fresco a caminhar na areia molhada, de sentir a brisa na nossa pele;
> O gosto de ler um livro à sombra de uma árvore, com o som do vento, dos pássaros, enfim, da natureza. Sons que apagam o “barulho” que tantas vezes está na nossa cabeça cuja origem radica na agitação da nossa vida, do nosso dia-a--dia;

> Sentir os aromas da maresia, das flores, da terra molhada, etc.
Bom, esperamos ter aguçado o vosso apetite para este tempo de férias, para estas sugestões de vivências que, quanto a nós, são bem mais salutares que correr centros comerciais ou afundar no sofá a ver televisão, ou mesmo horas a fio em jogos de computador, onde não há brisa, vento, pássaros, cheiro de flores ou da terra…
Está nas nossas mãos não perder o tempo disponível.
Não há boas férias para quem tem como objectivo “não fazer nada”.

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