11 junho, 2006

A barca de Jesus

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 352 > Junho 2006
Rubrica: Palavra de vida
> Texto: José Agostinho

Junho é o mês do Coração de Jesus. Nele também se celebra Santo António, a Solenidade do Corpo de Deus, o nascimento de São João Baptista e os Apóstolos São Pedro e São Paulo. Tantas Solenidades juntas tornam difícil a escolha dum texto do Evangelho. Vamos optar pelo texto do último Domingo do mês, o XII do Tempo Comum (Mc 4, 35-41). Porque nos fala de Jesus presente em todo o nosso caminhar.

Levantou-se então
uma grande tormenta… (Mc 4, 37)


Os discípulos vivem a experiência da dificuldade, da tempestade que os atormenta. A barca em que seguem viagem corre sérios riscos, parece que vai afundar-se. Debatem-se com esse enorme problema e, no entanto, Jesus continua tranquilo, a dormir, aparentemente ausente e indiferente ao que se passa à sua volta. A ponto de os discípulos O repreenderem, confrontados com tal distanciamento.
Quantas vezes experimentámos já este desassossego! E quantas vezes nos pareceu que Jesus estava ausente, indiferente às nossas dificuldades! Quando a tormenta se adensa, parece que o Senhor não está, que nos abandonou à nossa sorte, que nos deixa a lutar sozinhos, a debater-nos com as nossas poucas forças, perante tamanhas tempestades. Certamente que já por diversas vezes nos apeteceu perguntar a Jesus, como o fizeram os discípulos: “Mestre, não Te importas que pereçamos?” (Mc 4, 39).


Ainda não tendes fé? (Mc 4, 40)


Chamado pelos discípulos, Jesus acorda para acalmar a tempestade. Cessam os ventos, acalma-se o mar, regressa a tranquilidade. E aqueles homens ainda incrédulos vão fazendo a caminhada de adesão e acolhimento do Salvador que os acompanha na barca da vida, autor de toda a paz, de toda a bonança.
Quando, no mar agitado do nosso caminhar, conseguimos descobrir Jesus presente, encontramos paz, alcançamos serenidade, readquirimos forças para enfrentar todas as tempestades, todas as tormentas. Jesus segue na nossa barca, mas nem sempre somos capazes de O descobrir, de O acolher.
Que este mês de Junho seja caminho de encontro e diálogo sereno com o Coração de Jesus, sempre presente nos caminhos da nossa vida.

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