06 junho, 2006

A Família e a Escola

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 351 > Maio 2006
Rubrica: Nós Pais
> Texto: Ana Maria - Joaquim Leite

Nos dias de hoje a família e a escola estão muito dependentes das características da sociedade que as rodeia. Ora, como a sociedade está, ela própria, em constantes e rápidas mudanças, a família e a escola vêem-se confrontadas com uma forma de encarar a educação dos jovens que não é nem única, nem estática, nem uniforme. E isto porque as famílias, as escolas, os pais, os alunos e os professores não são todos iguais. Não há soluções que abranjam todas estas estruturas e agradem a todos; determinado processo que deu resultado para alguns pais e filhos, não deu para outros; aquele método que foi eficaz numa escola, pode já não resultar noutra.
O mundo em que vivemos é muito complexo. Apesar de a ciência e de a técnica nos facilitarem global e rapidamente os meios para alcançarmos os fins pretendidos, estamos cada vez mais dependentes destas. Hoje, muitos pais, ao sentirem que a sua vida de família se tornou frágil e vulnerável (por motivos profissionais, divórcios, etc.), delegam na escola e nos professores a função da educação e do crescimento intelectual e até moral dos filhos. Mas acontece que também a própria escola sofre a influência do meio ambiente que, a maior parte das vezes, não é favorável à própria escola. É por isso que a família e a escola devem unir esforços para levarem a cabo esta difícil, mas fundamental tarefa que constitui a educação das gerações futuras.
A escola é o prolongamento da família e, por isso, tanto uma como outra devem estar em sintonia no que se refere à educação dos jovens, enquanto filhos e alunos. Os pais devem sentir-se felizes por contar com este auxiliar, como é a escola, na educação e formação dos filhos.
Porém, muitas vezes o que se verifica na prática, é que a família e a escola têm critérios e normas diferentes, valores morais contrários na educação e formação das novas gerações e, assim, os filhos e alunos em vez de ficarem educados e bem formados, ficam deseducados e deformados, tanto no aspecto moral como no aspecto psicológico e cívico. Ficam confusos e baralhados e acabam por fazer as escolhas que mais lhes agradam, por critérios de facilidade ou de moda, ou até mesmo sem um critério preciso. Isto certamente não será o mais correcto, o mais justo e o mais digno.
Mas uma saudável interacção entre estas duas células formativas passa também por uma eficaz comunicação entre ambas. O hábito de só chamar os pais à escola quando os filhos têm mau comportamento, já deveria estar ultrapassado, o que infelizmente não acontece. A escola deve pôr os pais ao corrente de tudo o que se passa ou se faz relacionado com os seus filhos pois, deste modo, os pais sentir-se-ão como elementos que fazem parte da orgânica da escola, e que a sua intervenção contribui para o enriquecimento da mesma e para o desenvolvimento dos seus filhos. Assim, todos ficariam a lucrar: escola, professores, pais, filhos e toda a sociedade.
A educação e a boa aprendizagem dos alunos é uma tarefa dos professores na escola, mas também é um objectivo dos pais em casa. A escola não pode, nem deve, substituir a família. A família não pode demitir--se das suas funções e tornar a escola num “armazém” onde deposita os seus filhos.

É fundamental haver colaboração entre a escola e a família, até porque os alunos, apercebendo-se desta interacção, naturalmente se sentirão mais a-companhados e estimulados a melhorar e a progredir, e serão certamente mais seguros.
Educar é ajudar os jovens a descobrir o seu caminho, o seu lugar neste mundo, a sua vocação, para que se realizem plenamente.


PROPOSTA DE REFLEXÃO

Aos pais:

> Que passos concretos temos dado para esta interligação escola/família?
> Participamos activamente nos encontros que a escola promove?
> Somos críticos naquilo que não achamos estar bem na escola, dando sugestões?
> Em casa e na medida em que cada um pode e tem conhecimentos, seja de matérias de ensino, seja simplesmente de coisas da vida (não menos importante), somos educadores dos filhos? Temos tempo para eles?

Aos jovens alunos:
> A escola é para ti a fonte de enriquecimento que pretendias?
> Dizes alguma coisa do que se passa na escola aos teus pais?
> Sentes-te bem na tua escola? Aprendes? Fazes amigos?
> Em que gostarias que os teus pais te ajudassem?

> comentários efectuados:

No dia 04 setembro, 2007, Anonymous Anónimo escreveu esta mensagem...

parabens aos elaboradores deste texto. pois somente com informaçoes precisas como estas é que chegaremos a uma teoria educacional eficaz e urgente no processo educacional que passa nosso pais. só assim chegaremos a criar um fim util para nossa educaçao.
parabenizo-os
Lourivaldo Queiroz, Montes Claros - MG

 
No dia 21 junho, 2009, Anonymous Camila escreveu esta mensagem...

Até que ponto a escola deve interferir no contexto familiar do aluno? E até que ponto a família deve intrometer-se na escola?

Muito legal o texto, parabéns.

 
No dia 29 agosto, 2011, Anonymous nilsa da costa cuteta escreveu esta mensagem...

para aquelas familia que nunca têm tenpo para fazer o acompanhamento dos seus filhos escepto no fim do ano para saber dos seus resultados é quase impossivel adoptar critérios, normas e valores morais que vão coincidir com o que é passado pela família.Neste caso a escola não conhece a convivência familiar do seu aluno nem a família conhece a vida escolar do seu filho e o unico prejudicado para alem da sociedade é o proprio aluono

 

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