01 outubro, 2008

FÓRUM JOVEM 2008


O tempo em que vivemos coloca desafios muito importantes à acção evangelizadora da Igreja. Nas mais diversas áreas da vida social, os cristãos são chamados a dar o seu testemunho de fé e a trabalhar pela construção de um mundo melhor, assente na mensagem de salvação que Jesus Cristo nos propõe.
A educação dos adolescentes e jovens só será verdadeiramente englobante se incluir também a dimensão espiritual da existência. A Igreja sempre empenhou boa parte dos seus esforços para garantir aos homens e mulheres de amanhã uma formação sadia, equilibrada e completa. As escolas ligadas a diversas instituições eclesiais são expressão dessa preocupação dos cristãos. A disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica espelha também esta preocupação da Igreja em estar presente na escola pública.
A laicização da sociedade coloca, no entanto, diversas interrogações relativas a esta área da formação da juventude: Vale a pena continuar a investir, remando muitas vezes contra a maré? Que fazem os cristãos nas escolas? Que testemunho dão? Qual é o panorama actual da educação religiosa católica? A mensagem cristã que é transmitida aos jovens adequa-se aos tempos actuais? Que perspectivas para as escolas privadas ligadas à Igreja? Os pais e encarregados de educação interessam-se pela formação religiosa dos seus filhos? A disciplina de EMRC tem futuro na escola pública? Estarão os professores de EMRC à altura de responder aos desafios que a escola coloca?...
A terceira edição do Fórum Jovem propõe-se abordar estas questões pertinentes e lançar um olhar de esperança sobre o futuro da educação religiosa católica em Portugal.

Venha reflectir connosco!

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Abrir Programa do Fórum Jovem 2008
(ficheiro em formato PDF) >>>


PROGRAMA DO FÓRUM JOVEM

20 de Outubro > 21h00 > Atelier
Ideal versus realidade
● Padre Paulo Vieira

21 de Outubro > 21h00 > Painel
Testemunhos de presença
● Adriano Silva
Professor de EMRC
● Esmeralda Pimenta
Directora da Escola EB 2,3 de Gondomar
● Irmã Maria Lúcia Brandão
Superiora da Comunidade RSCM
Colégio do Rosário — Porto
● Padre Vitorino Soares
Pároco de Castelões de Cepeda — Paredes
Moderador: Marco André

22 de Outubro > 21h00 > Conferência
A presença da Igreja na escola
● D. António Marcelino
Bispo Emérito de Aveiro e Vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã
Moderador: Padre Zeferino Policarpo

23 de Outubro > 21h00 > Debate
A comunidade educativa
● Flora Santos
Presidente da Direcção da Associação
de Pais da Escola Secundária de Baltar
● Vera Meneres
Professora no Ensino Oficial
● Participação de dois alunos
Moderador: Octávio Carmo
Chefe de Redacção da Agência Ecclesia


24 de Outubro > 21h00 > Conferência
Situação actual e perspectivas
para a disciplina de EMRC

● António Augusto Madureira
Director do Secretariado Diocesano
da Educação Cristã (Porto)
Moderadora: Marisa Leite

O Fórum Jovem termina com um convívio destinado a todos os participantes.

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Data: 20 a 24 de Outubro de 2008, das 21h00 às 23h00
Local: Salão da Paróquia da Boavista — Rua Azevedo Coutinho, 103 — Porto (junto ao Estádio do Bessa)
Destinatários: Pais, professores, animadores de grupos paroquiais, jovens, catequistas, educadores...
Informações e inscrição: Padre Zeferino Policarpo > Padre Paulo Vieira
E-mail: valentes@dehonianos.org > Telefone: 226 174 765
Organização: Revista A FOLHA DOS VALENTES — Juventude Dehoniana
Custo de participação: Inscrição na semana completa: 10 euros. Inscrição para um dia: 5 euros.
Cada participante receberá uma pasta com diversos materiais de apoio e Diploma de participação no Fórum Jovem.

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Para mais informação consultar: www.dehonianos.org

06 outubro, 2007

Fórum Jovem 2007


A revista A Folha dos Valentes e a Juventude Dehoniana do Porto organizaram o Fórum Jovem 2007 que decorrerá de 22 a 26 de Outubro nas instalações da Paróquia de Nossa Senhora da Boavista (ao Foco), a partir das 21h00. A iniciativa pretende dar continuidade ao projecto iniciado no ano passado, por ocasião da celebração dos 30 anos da A Folha dos Valentes. Na altura o tema foi: “Educar para os valores no século XXI”. Para 2007 foi escolhido o tema: “Educar num mundo em mudança”. Ao longo da semana as várias facetas do tema serão abordadas por diversos especialistas, com destaque para D. Manuel Clemente (dia 24) e a Drª Maria Barroso (dia 25). Sendo aberto a todos os que revelam interesse por estas matérias, o Fórum Jovem destina-se, de modo particular, aos pais, professores, animadores de grupos paroquiais, jovens, catequistas e educadores.


PROGRAMA DO FÓRUM JOVEM 2007


22 de Outubro — segunda-feira — 21h00 > Atelier
Que mudanças no mundo actual?
> Paulo Vieira

23 de Outubro — terça-feira — 21h00 > Painel
A relação educativa
Na escola: Prof. Manuel Mendes
Numa obra social: Marco André Costa
Na família: Ana Margarida e Pedro Brito e Faro

24 de Outubro — quarta-feira — 21h00 > Conferência
Educar num mundo em mudança
> D. Manuel Clemente

25 de Outubro — quinta-feira — 21h00 > Conferência
Educar num mundo em mudança: Riscos e desafios do progresso
> Drª Maria Barroso

26 de Outubro — sexta-feira — 21h00 > Conferência
A Igreja nunca muda?
> Dr. André Rubim Rangel | Padre Carlos Armindo


zeferino policarpo, scj

12 janeiro, 2007

A Folha dos Valentes no hi5

Agora também podes fazer parte do grupo de amigos de A Folha dos Valentes no hi5...
O endereço é este:
http://valentes.hi5.com
Esperamos por ti!!!!

09 dezembro, 2006

Comunicação eficaz

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Dentro de ti
> Texto: J. Costa Jorge

De uma forma ou de outra, todos comunicamos, mas muito poucas pessoas dominam a técnica da comunicação verdadeiramente e-ficaz. Nas nossas relações inter-pessoais ocorrem problemas de comunicação com demasiada fre-quência e normalmente provocam uma variedade de problemas sociais que vão dos sentimentos de raiva, conflitos até chegar à violência.
A comunicação é um processo complexo de expressão/envio e de recepção de mensagens. Uma co-municação perturbada deve-se a algum problema numa destas fases do processo.
Para que uma comunicação seja expressiva pode seguir algumas ori-entações:
• Certifique-se de que tem a a-tenção da pessoa com quem pre-tende comunicar, estabelecendo e mantendo contacto visual.
• Tente enviar mensagens claras que sejam coerentes tanto do ponto de vista verbal e não-verbal.
• Diga o que sente e sinta aquilo que diz. Seja directo e honesto.
• Certifique-se de que a mensagem que enviou foi enviada correcta-mente.
A comunicação receptiva eficaz ba-seia-se numa boa capacidade para escutar.
• Assim encare o emissor da men-sagem e mantenha o contacto vi-sual.
• Espere que a pessoa complete um pensamento sem a interromper para poder exprimir as suas próprias ideias.
• Peça esclarecimentos quando en-tendeu a mensagem.
• Faça a reformulação da mensagem que ouviu para que o emissor tenha a certeza de que percebeu a ideia que quis transmitir.
Torne a sua comunicação o mais específica possível, ou o mesmo será dizer evite as generalizações. “És brilhante”, “és maravilhoso”, “és um egoísta”, são generalizações normalmente falsas e podem causar embaraço e mesmo magoar. O mesmo se aplica a auto-afirmações gerais: “sou um idiota”, “nunca faço nada bem”, “sou um génio”. Peça sempre para especificar a generalização. Esta atitude, normalmente leva a pessoa a repensar a sua posição e a expressar-se de forma mais construtiva.
Utilize afirmações na primeira pessoa para exprimir desejos e evite afirmações na segunda pessoa. A forma como dizemos as coisas tem tanta importância como aquilo que dizemos. As pessoas que utilizam afirmações na primeira pessoa conseguem bons relacionamentos e são muito felizes. Estas orientações podem melhorar as suas capacidades comunicativas, promover uma maior compreensão e aumentar a sua qualidade de vida.

Vinde, descansai um pouco

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Palavra de Vida
> Texto: José Agostinho

Nem de propósito! O Verão é o tempo habitualmente escolhido para o descanso, para as férias. Às vezes parece ser questão de importância menor, mas o descanso é essencial na nossa vida. Até Jesus, na azáfama do anúncio do Reino, sentiu necessidade de descansar e de chamar os discípulos ao descanso… Não é uma questão de preguiça, é uma exigência da natureza.

Vinde… e descansai um pouco
(Mc 6, 31)
Jesus tinha enviado os Doze Apóstolos, dois a dois, confiando-lhes a missão de anunciar o Reino, de pregar o arrependimento, de apregoar a libertação, como nos recorda o início do mesmo capítulo de Marcos (cf. Mc 6, 6-13).
Os discípulos regressaram entusiasmados, partilhando com Jesus tudo o que tinham feito e anunciado. E é o próprio Jesus que lhes lembra a necessidade de parar um pouco, para retemperar forças. Porque sugere Jesus esse tempo de descanso? Para rezar? Para combinar novas estratégias pastorais? Para avaliar as acções feitas? Talvez para fazer de tudo um pouco. Fica sobretudo a ideia da necessidade de parar para regressar à actividade ainda com mais vontade e energia…


Eram como ovelhas sem pastor…
(Mc 6, 34)
Pelo que nos conta São Marcos, o “tiro saiu-lhes pela culatra”! De facto, o planeado descanso deu lugar a mais um “banho de multidão”. As pessoas aperceberam-se das intenções de Jesus e dos discípulos e anteciparam--se-lhes. O almejado tempo de repouso deu lugar a mais um tempo de trabalho, de anúncio da Boa Nova do Reino. É que, às vezes, a urgência da evangelização supera a necessidade do repouso.
O descanso é importante. Mas a premência do anúncio do Reino leva, muitas vezes, a trocá-lo pelo apostolado. À partida, é importante tentar conciliar trabalho com descanso, oração e reflexão. Mas o apóstolo é e será sempre alguém que se gasta por inteiro ao serviço do Reino. Possamos também nós viver esta paixão pelo Reino. Se possível, encontremos tempo de descanso, que nos ajude a retemperar forças para depois melhor servir na missão que o Senhor a cada um confia.

Boas férias! Bom descanso!

O afamado "Código Da Vince"

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Primeiro Plano
> Texto: Fátima Teixeira

Em Primeiro Plano esteve durante os meses de Maio e Junho, o tão esperado filme “Código da Vinci”, baseado no romance escrito por Dan Brown e editado em Março de 2003 nos EUA.
Este best-seller criou tanta polémica que foi logo transformado em filme, pois sabia-se que à partida também seria um grande sucesso. Alguns afirmam que foi um dos maiores golpes literários da história, ou seja uma forma rápida de enriquecer, pois joga com aspectos que se sabem à partida provocar polémica. Outros dizem que é interessante pois serve de base de debate a muitas outras questões, como a veracidade ou não de algumas lendas históricas.

Será embuste literário?
O autor afirma que o livro tem por base anos de pesquisa histórica, mas alguns documentários demonstram que muitos aspectos mencionados na obra nem sequer existem. Por exemplo, e embora a Biblioteca Nacional de Paris exista, os manuscritos mencionados no romance não. Por outro lado os fiéis da Opus Dei nem sequer são monges nem usam hábito. Há quem diga também, que as pesquisas que fez tiveram por base outras pesquisas amadoras, ou seja, que aproveitou trabalhos que também eram incorrectos em termos históricos.
Por outro lado também há alguma veracidade, como por exemplo alguns locais e pontos mencionados são reais, como os detalhes da “Última Ceia” e a existência do Túmulo de Isaac Newton.

Mas afinal se são só mentiras
então porquê tanta polémica?
Dizem alguns que ninguém faz este tipo de ilações com o Islamismo, com medo das ameaças de morte, coisa que com o Vaticano é impossível de acontecer. Há também quem diga que Dan Brown foi pago para escrever este livro com o intuito de esconder factos ainda mais graves.
Para os amantes das teorias da conspiração há muito por onde pegar, mas tudo não passa de um amontoado de opiniões e muito pouco de factos reais. Aliás torna-se mesmo difícil encontrar algum facto.

O que é a Opus Dei?
O Opus Dei – Obra de Deus, em latim – é uma instituição hierárquica da Igreja Católica, uma prelatura pessoal, que tem por finalidade contribuir para a missão evangelizadora da Igreja. Concretamente, propõe-se difundir uma profunda tomada de consciência do chamamento universal à santidade e do valor santificador do trabalho corrente. O Opus Dei foi fundado por São Josemaría Escrivá no dia 2 de Outubro de 1928.
As prelaturas pessoais são circunscrições eclesiásticas, previstas pelo Concílio Vaticano II e pelo Código de Direito Canónico, constituídas para levar a cabo, com grande flexibilidade, determinadas tarefas pastorais. Os fiéis das prelaturas pessoais continuam a pertencer às igrejas locais ou dioceses onde têm o seu domicílio.

O que é o Priorado de Sião?
Reza a lenda que foi fundado pelos membros mais nobres dos perseguidos e extintos templários. Estes eram tidos por detentores de segredos descobertos aquando da sua estadia na Terra Santa, como a origem do Cristianismo, o Graal e a linhagem dos supostos descendentes de Jesus.
No entanto, o Priorado de Sião foi declarado legalmente como uma associação francesa a 20 de Julho de 1956. O seu fundador foi Pierre Plantard, cuja teoria era de que o Priorado de Sião dataria de 1099 e teria sido fundado por Godofredo de Bulhão.
Segundo Plantard, os Cavaleiros Templários e o Priorado de Sião seriam duas facetas de uma mesma organização: a primeira pública e a última secreta. Segundo Plantard, o Priorado teria como missão proteger os descendentes da dinastia merovíngia, organizando-se contra a Igreja Católica.
Mas em 1989, Pierre Plantard, desgastado pela progressiva divulgação na França da natureza fraudulenta da sua criação, decidiu negar a mesma.

Existem outros evangelhos?
É um facto de que no ano 1945, cinquenta textos foram descobertos no Egipto que continham literatura que pertencia aos Gnósticos. Entre estes textos se encontrava o evangelho de Filipe, o evangelho da verdade, e o evangelho de Tomé.
No entanto, estes evangelhos não são livros perdidos da Bíblia como diz o livro de Dan Brown. São os documentos de um pequeno grupo de pessoas (Gnósticos) que acreditavam numa versão de cristianismo muito diferente da dos primeiros cristãos.
Então o livro de Dan Brown está correcto ao afirmar que existiam evangelhos gnósticos, mas é falso afirmar que eles são os mais velhos ou os mais verídicos da vida de Jesus Cristo. A razão pela qual estes textos não estão incluídos no Novo Testamento é que os apóstolos (ou aqueles conhecidos aos apóstolos) não escreveram estes textos. Os autores dos evangelhos gnósticos são desconhecidos.
Existe evidência histórica de que os quatro evangelhos que temos no Novo Testamento se tornaram aceitáveis muitos anos antes das datas mencionadas no livro. Além disso, os escritos dos Gnósticos foram rejeitados porque a sua autoria era de um grupo de pessoas que não acreditava que Jesus era Deus.

Uma obra de ficção
Em conclusão, este tipo de obra não é um documento histórico, mas sim pura ficção, cujo objectivo é de entretenimento. Claro que quem o escreveu soube manipular bem alguns pontos, como a curiosidade crescente sobre o fanatismo religioso e as vidas secretas dos seus elementos. Tudo com o simples fim de cativar as massas e assim conseguir um êxito literário.
Não há dúvida de que Dan Brown é um bom contador de histórias, que soube aproveitar toda uma conjuntura mundial, para, à boa maneira americana, conseguir misturar ingredientes do agrado público e assim enriquecer rapidamente.

Férias

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Nós, pais
> Texto: Ana Maria + Joaquim Leite


 Tempo de retemperar forças;
 Tempo de tolerância;
 A busca do calor, das praias, do sol, da natureza;
 A busca da leveza, de um livro, de uma conversa, de uma música, dos sons da natureza, em suma, procurarmos aquilo com que nos sentimos bem.

“Mais umas férias de Verão se aproximam. Que alegria! Terminou a escola, já não há trabalhos de casa para fazer, já não tenho que me levantar cedo! Está um calor! Que bom! O que fazer agora com todo este tempo livre que tenho?” – pensarão muitos.
Alguns até acharão que não há nada para fazer e que os dias vão ser uma monotonia. Mas se pensarem um pouco, na verdade as férias são um óptimo tempo de crescimento interior, desde que o orientemos e tiremos proveito desse tempo que temos “a mais”, e em que, a divertirmo-nos saudavelmente, podemos aprender muitas coisas para a vida. Nada melhor que o tempo de férias de Verão para fazer coisas diferentes. Aquelas coisas de que gostamos e que durante o ano lectivo aguardam uma oportunidade que tarda em chegar.

É agora o momento!
As férias são também um tempo privilegiado para recuperar forças, descansando, o que não é necessariamente não fazer nada, mas sim aproveitar o melhor possível o tempo disponível.
Preparar as férias já é um tempo que dá um certo prazer. Para onde vamos, com quem vamos, quando podemos ir, quanto tempo, o que entendemos poder gastar, que ambiente de férias é que precisamos. Este último aspecto é muito importante ser bem escolhido, ou corremos o risco de chegar ao fim das férias mais cansados do que no início.

Que podemos planear?
> Encontros com outros jovens da mesma idade, em grupos organizados, campos de férias em que há actividades bem divertidas;
> Fazer voluntariado durante uma parte das férias, começa a ser cada vez mais uma opção de muitos jovens. Há quem faça as férias a servir e a ajudar os outros encontrando aqui uma grande satisfação, pondo as suas capacidades ao serviço de quem necessita, sem propaganda. No fim talvez fique, e ficará com certeza, uma experiência que deixa um sorriso interior que dura e nos faz sentir úteis de uma forma diferente;
> Passear com os pais, ir à praia;
> Fazer tertúlias com os amigos, ouvir música, ir ao cinema;
> Tentar, acima de tudo, diversificar as actividades fazendo coisas que nos descontraem e nos agradam.
As férias são como que uma espécie de pausa retemperadora. A primeira necessidade é pormo-nos bem para depois voltarmos à actividade normal. É também um retiro se o quisermos, um tempo de mudança de ciclo na vida anual, um tratamento à nossa agitação, às angústias, a tanta coisa que nos apoquenta. Faz bem parar um pouco para depois estar melhor.
Bom, temos de nos lembrar que muitos de nós fazem as férias em casa, sem ir para fora. Nós também já fizemos isso várias vezes. Temos de fazer e procurar o que necessitamos e podemos, e nem por isso deixa de ser divertido.

Saborear a vida
Neste tempo de paragem estamos mais receptivos a saborear o valor de pequenas coisas:
> O prazer do fresco a caminhar na areia molhada, de sentir a brisa na nossa pele;
> O gosto de ler um livro à sombra de uma árvore, com o som do vento, dos pássaros, enfim, da natureza. Sons que apagam o “barulho” que tantas vezes está na nossa cabeça cuja origem radica na agitação da nossa vida, do nosso dia-a--dia;

> Sentir os aromas da maresia, das flores, da terra molhada, etc.
Bom, esperamos ter aguçado o vosso apetite para este tempo de férias, para estas sugestões de vivências que, quanto a nós, são bem mais salutares que correr centros comerciais ou afundar no sofá a ver televisão, ou mesmo horas a fio em jogos de computador, onde não há brisa, vento, pássaros, cheiro de flores ou da terra…
Está nas nossas mãos não perder o tempo disponível.
Não há boas férias para quem tem como objectivo “não fazer nada”.

Férias na Praia

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Outro Ângulo
> Texto: Maria Leonor

Apesar de a ida à praia ser apenas uma das muitas actividades de ocupação dos tempos livres durante as férias de Verão, ela é, de longe, a favorita dos Portugueses. Na verdade, tem sido assim desde sempre, primeiro para zarpar nas nossas conquistas pelo Mundo, mais tarde por razões terapêuticas e agora sobretudo por divertimento e para descansar. E o facto de termos algumas das melhores praias da Europa, com um total de 207 praias com a bandeira azul hasteada, também contribuiu para o sucesso deste estilo de férias, assim como o acesso gratuito e as múltiplas valências que oferece a toda a família.
A praia, contudo, esconde inúmeros perigos, havendo um conjunto de cuidados a ter que de maneira nenhuma podem ser ignorados.
Como vem acontecendo todos os anos, com o início da época balnear, os especialistas renovam os apelos para proteger a pele dos efeitos nocivos do sol através do uso obrigatório de protectores solares e de uma exposição racional ao sol, evitando sempre as horas de mais calor. A adopção deste tipo de comportamentos é fundamental, já que os escaldões e o cancro da pele são cada vez mais uma triste realidade. Para alertar as pessoas sobre os efeitos nocivos do sol, o Instituto de Meteorologia tem disponibilizado no seu site, há cerca de um ano, informação diária sobre a radiação originada pelos raios UV. Paralelamente, insiste-se agora no recurso a óculos de sol não só pelos adultos, mas sobretudo pelas crianças, incluindo os bebés, para proteger os olhos da luz que pode danificar a visão que só fica definitiva na adolescência.
Relativamente às habituais infracções cometidas todos os anos nas praias portuguesas, a grande novidade parece ser a nova legislação que prevê coimas até aos mil euros para banhistas que entrem no mar com a bandeira vermelha hasteada. E o melhor mesmo é não arriscar já que, segundo o Instituto de Socorro a Náufragos, as praias portuguesas vão ser vigiadas por 4500 nadadores-salvadores e 470 polícias marítimos. Com esta medida, pretende-se não só responsabilizar os banhistas, mas também evitar mortes por afogamento e dar mais autoridade aos nadadores-salvadores, que, por seu turno, terão obrigatoriamente de se empenhar ainda mais, sob risco de serem multados também.
Desta forma, pretendo apenas alertar para alguns dos cuidados a ter durante o Verão, cuidados esses que, se ignorados, podem não só significar a perda de uma avultada quantia em dinheiro, mas também, na pior das hipóteses, na perda da própria vida. Felizmente para todos nós, qualquer uma das medidas de prevenção é fácil de concretizar e não põe em risco os óptimos momentos que a praia e as férias proporcionam sempre.

Tempo para brincar

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Nada de Novo
> Texto: David Vieira

Chegaram as férias escolares. Agora há mais tempo para brincar e para aprender na escola da vida.
Recordo as brincadeiras da minha infância. Éramos nós que fazíamos a maior parte dos nossos instrumentos de lazer. Às vezes bastava um pau, um fio ou uma lata velha e lá nos entretínhamos como se se tratasse do mais sofisticado brinquedo. Foi nessa escola da vida que cresci e aprendi a lidar com as coisas, a respeitar as regras, a saborear vitórias ou a saber perder.
Hoje continuo a aprender o significado de tais brincadeiras. De entre esses jogos sobressai o Jogo das Damas, infelizmente sem adeptos entre as novas gerações dos nossos dias. Com um simples pedaço de telha ou um resto de giz desviado na escola desenhávamos no cimento do chão um tabuleiro improvisado. Demarcávamos até as casas pretas das brancas. Com as caricas recolhidas zelosamente ou com as bolotas de eucalipto bem alinhadas, começávamos o desafio. Um passo de cada vez, mas sempre em frente. Ultrapassando obstáculos, saltando de casa em casa até conseguir chegar à meta sem se perder. Uma vez aí, podíamos movimentar-nos sem limitações, eliminando os obstáculos à frente ou de trás até se esgotar todos os objectivos.

Hoje, tantos anos depois, continuo a jogar, mas no tabuleiro da vida, porque o Jogo das Damas tem as regras da vida. Senão vejamos:

> Todos partem em igualdade de circunstâncias. Todos bem alinhados e em número idêntico.
> É um desafio entre a Luz e as Trevas, peças brancas contra peças pretas.
> O caminho já está traçado, mas há sempre liberdade de opção. Há momentos em que é preciso ceder para ir mais além.
> Não se pode dar dois passos de uma só vez, é preciso calma progressiva.
> Só se deve andar para a frente, nunca voltar para trás.
> Passar por cima dos outros é pô-los fora de jogo.
> Mas, quando se está no topo, as pedras elevam-se e pode-se andar por onde se quer, realizando todos os nossos sonhos.

Assim se jogava e assim se aprendia a viver. O Jogo das Damas passou à história, mas as suas regras continuam em vigor. Com certeza que hoje haverá outros jogos, e por ventura outras damas, que continuam esta escola da vida.

Descansar

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Ao abrir
> Texto: Zeferino Policarpo



Férias! Quase parece uma palavra mágica que por esta época atravessa os dias quentes de Verão. Escolas, instituições, empresas, organismos do Estado, todos reduzem consideravelmente o ritmo de trabalho. O país quase pára porque uns estão de férias e os que estão de serviço não sentem a pressão do trabalho como noutras épocas do ano.

Hoje, mais do que nunca, o período de férias é muito apreciado. O ritmo acelerado da sociedade em que vivemos, a necessidade de responder com exigência aos diversos compromissos, o envolvimento das pessoas em múltiplas actividades, a sede de convívio com a família e com os amigos, o horário de trabalho ritmado e cansativo, a rotina do dia-a-dia, a falta de tempo para se fazer aquilo de que tanto se gosta, a ânsia de se libertar de tantos e tantos condicionalismos que a vida moderna impõe… tudo isto impele--nos a sonhar com as férias, desejá-las com ansiedade, projectá-las com minúcia para que não se desperdice o mínimo segundo.

Aí estão as férias. São a justa recompensa para quem trabalhou com empenho. Talvez não sejam as férias que fomos sonhando e acalentando ao longo do ano. Mas são as férias possíveis. Alguns dos nossos estimados colaboradores, de acordo com a sua especialidade, apresentam neste número de A Folha dos Valentes excelentes sugestões para viver bem este tempo de férias. Não as vou repetir. Apenas deixo o convite para uma leitura atenta. Que cada um dos nossos amigos leitores possa encontrar aqui referências para viver bem este tempo de descanso que a vida proporciona.

A revista também vai de férias. Contamos voltar a entrar em vossas casas nos primeiros dias de Setembro.

Aos articulistas e demais colaboradores, aos leitores e amigos desejo umas merecidas férias. Que cada qual possa retemperar as suas forças, reencontrar-se consigo, com Deus e com os demais, para, depois, empreender de novo o caminho com renovado entusiasmo e vontade de construir um mundo melhor.

10 outubro, 2006

FÓRUM JOVEM - 23-28 > out. > 2006



FÓRUM JOVEM: Educar para os valores no século XXI
Divulga!
Inscreve-te!
Participa!
Contamos com a tua presença!


Organização:
A Folha dos Valentes
Juventude Dehoniana - Porto
Informações:
Zeferino Policarpo
Tel.: 226 174 765
E-mail: valentes@dehonianos.org

28 setembro, 2006

30 anos a caminhar com os jovens


FÓRUM JOVEM: Educar para os valores no século XXI
Divulga!
Inscreve-te!
Participa!
Contamos com a tua presença!


Organização:
A Folha dos Valentes
Juventude Dehoniana - Porto
Informações:
Zeferino Policarpo
Tel.: 226 174 765
E-mail: valentes@dehonianos.org

11 junho, 2006

Caminhar com o Espírito Santo

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 352 > Junho 2006
Rubrica: Desafios da Fé
> Texto: Paulo Jorge Coelho

Quem é o Espírito Santo?

É o Espírito Santo Quem nos dá tudo e nós pouco o conhecemos!
É por Ele que podemos dizer com fé: “Jesus é o Senhor!” (1 Cor 12,3), é Ele quem nos faz rezar pelos outros e chamar a Deus “Abba, Pai!”.
É o Espírito quem nos faz amar, Ele que é o amor. Por Ele podemos cumprir a vontade do Pai sempre que nos deixamos conduzir por Ele tal como Jesus o fez, na sua retirada para o deserto, lugar de reflexão sobre a sua vida, de oração pessoal, de diálogo com o Pai e, também, tal como Jesus no baptismo no rio Jordão, onde aceitou a nossa condição de homens, de pessoas que somos com os nossos projectos e sonhos...
Do Espírito Santo não temos, propriamente uma imagem ou uma figura, facto que nos traz algumas dificuldades para O podermos reconhecer e compreender.
É que de Jesus temos uma figura e uma imagem: figura, pois Ele fez-se homem como nós, cresceu como nós, teve os seus amigos, teve a sua história, teve a sua Mãe (...), e temos a Sua imagem, pois temos muitas representações em pinturas de vários autores, em esculturas, e, por aí, cada um pode olhá-Lo, contemplá-Lo, imaginar como eram os seus olhos, a sua face e até, quem sabe, dar-lhe um sorriso...
Do Pai, não conhecemos nenhu-ma figura, mas temos a imagem do Seu Filho. Por termos experimentado quem é o nosso respectivo pai, como são os bons pais, podemos elevá-lo até ao infinito do Pai, que é Deus Pai.
Do Espírito Santo não temos figura nem imagem, por isso temos que recorrer aos símbolos que aparecem na Bíblia e na Tradição da Igreja: Vento, fogo, água, pomba... O Espírito, como o vento, não se deixa “fotografar”. Se queremos “filmar” o ar teremos que captar alguma coisa que esteja a ser movido por ele nesse instante: por exemplo uma bandeira, uma folha de uma árvore... Agora, se queremos conhecer pessoalmente o Espírito Santo teremos que o “surpreender” no bem que nós fazemos quando Ele nos move: nas acções que nós fazemos, nos pensamentos que projectamos, no nosso trabalho diário, nas actividades em que estamos inseridos... É que o Espírito só se faz conhecer assim, é só experimentando que o conhecemos, é só encontrando-nos muitas vezes com Ele que ficamos a saber Quem Ele É.
Porque esperas! Podes também marcar os teus encontros com Ele!

No final de um encontro, para concluir uma minha exposição sobre o Espírito Santo perguntei às crianças:
- Afinal, quem é o Espírito Santo?
- É a terceira pessoa do... plural.
Houve uma gargalhada geral. E, para se justificar, acrescentou:
- É assim! Deus está no plural. Então não termina em “s”?
Esta respostas não eram assim tão desapropriadas. De facto, Deus é plural, é família. Os alunos daquela turma riram-se por que o seu colega estava a cometer um erro de português, mas, afinal, a sua boca estava a fugir para a verdade.


PROPOSTA DE REFLEXÃO

Que experiência tenho do Espírito Santo como dom de amor?
Que sinais concretos encontrei e encontro na minha vida da Sua presença?
Como posso tornar-me dócil à presença do Espírito Santo?

Fazei o meu coração...

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 352 > Junho 2006
Rubrica: Vinde e vereis!
> Texto: Fernando Ribeiro

Caro VALENTE!
Em todas as circunstâncias da vida, o homem e a mulher baptizados precisam de prestar atenção aos apelos do Senhor. Esses apelos chegam-lhe das mais variadas formas, através de múltiplos “sinais”. “Sinais” que, precisamente porque são apenas “sinais”, requerem, da parte de quem os recebe, acolhimento atento e boa capacidade de interpretação. Muito importante é, de facto, a arte de descodificar correctamente cada “sinal” que chega até nós trazendo apelos e propostas que têm origem em Deus.
Um dos “sinais” normais dos apelos do Senhor é a Palavra. No Livro Sagrado temos ao nosso alcance a Palavra revelada, cheia de luz e de força. O “Vinde e vereis” é parte muito significativa dessa Palavra de vida e é, certamente, na brevidade da sua forma e na clareza do conceito, das expressões para nós mais tocantes e consoladoras. É como que o resumo daquela belíssima passagem que podemos ler em S. Mateus e que vale a pena transcrever, para que a possas guardar na memória e meditar: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrarei descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e a minha carga é leve.” (Mt 11, 28-30).
Neste mês de contemplação do Lado aberto e do Coração trespassado do Salvador, é oportuno fixarmos a nossa atenção nesta página maravilhosa e acolhermos o convite explícito que nos é feito: “Vinde!”. No desenvolvimento, encontramos a única referência evangélica ao “Coração” de Jesus.
É o próprio Jesus que nos recorda – porque, infelizmente, é possível esquecer – coisas tão simples mas tão importantes como estas:
> “Aprendei de Mim”: todo e qualquer mestre que não seja Ele não merece a nossa atenção, porque nada tem para nos ensinar daquilo que verdadeiramente faz falta aprender;
> “que sou manso e humilde de coração”. Ele, o Mestre, o único Mestre, tem coração, cujas características referidas são a humildade e a mansidão. É, sem dúvida, um coração cheio de amor e de bondade, clemente e compassivo… É o Coração de Deus. Mas é, sobretudo, o Coração do Filho de Deus que Se fez homem e, por isso, manso e humilde, em relação ao seu e nosso Pai e em relação aos homens seus irmãos.
> “E eu vos aliviarei”. Esta e as demais palavras da referida passagem evangélica merecem a nossa especial atenção. Não deixaremos de as considerar oportunamente. Entretanto, inspirados nas palavras de Jesus, ao longo deste mês particularmente dedicado ao seu Coração, não nos cansemos de suplicar: “Jesus manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso”.

Rabi onde estás?

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 352 > Junho 2006
Rubrica: Mestre, onde moras?
> Texto: Fátima Pires

Depois de Jesus ter feito o milagre da multiplicação dos pães (Jo 6), as pessoas que tinham sido saciadas com o pão e o peixe, e possivelmente muitas outras, procuravam Jesus.
Mas, qual a motivação desta procura? De que necessitavam? Porque é que se sentiam bem na presença deste Homem?
Jesus, que bem conhecia os seus corações, disse--lhes: “Meu Pai é que vos dará o verdadeiro Pão do Céu“.
Esta gente, cada vez mais impressionada, continua a pedir: “Dá-nos desse pão”, dá-nos da vida que és Tu.
Ao que Jesus responde: “Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede”
Tal resposta de Jesus deve ter deixado as pessoas cheias de espanto, e ainda hoje nos deixa maravilhados. É a loucura do AMOR de Deus. Jesus ama-nos tanto que entrega o Seu corpo como alimento, torna-se comida para aqueles que quiserem alimentar a sua relação com Ele. Ele é o alimento por excelência, é Aquele que sacia todas as nossas fomes. Só Ele nos pode tornar plenamente felizes e realizados.
Podemos ter abundância de pão e de tudo aquilo de que necessitamos. Podemos até ser ricos de bens materiais e nos sentirmos infelizes, tristes, desanimados, preocupados com muitas coisas, esquecendo que “uma só coisa é necessária”.
A nível físico e humano, todos sabemos quantos cuidados são necessários para vivermos com qualidade. No entanto, por vezes esquecemos que a vida espiritual é tanto ou mais importante.
Adiro eu à fé em Jesus Cristo?
Acredito que Ele é o único que pode alimentar a minha vida, o único capaz de preencher toda a minha existência?
Que significado têm para mim os sacramentos, concretamente a Eucaristia?
Jesus Cristo espera por ti para ser teu alimento na caminhada da vida!

Sentir-se da família...

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 352 > Junho 2006
Rubrica: Em missão
> Texto: Armando Baptista

De regresso a Mada-gáscar e depois de um mês de férias, paro para dar voz à página “em missão” de A Folha dos Valentes.
Primeiro lembro a Semana Santa em Ankazobe, Fiana-rantsoa. Uma se-mana intensa. As férias escolares a-proveitaram-se para reunir os jovens e as crianças do distrito. As celebrações do Tríduo Pascal foram participadas e bem organizadas pelo Ir. José Manuel e os jovens seminaristas malgaches. A noite de Páscoa foi uma verdadeira oração festiva, cheia de alegria, movimento e serenidade.
Sempre gostei da Semana Santa em Madagáscar. É o período do fim das chuvas, das colheitas, com planícies cheias de tons dourado-esverdeados riscadas por riachos e rios abundantes, é o período da alegria e das festas e do tempo da fartura, embora seja pouca. A fartura de que falo não tem nada a ver com a nossa noção da mesma. No Sábado Santo, fazendo a viagem de uma igreja para a outra, dei boleia a algumas pessoas que iam fazer as últimas compras para a refeição do dia de Páscoa: nem bolos, nem carne, mas tão-so-mente um pouco de feijão para misturar ao arroz que nesse dia chegará abundantemente para todos. Na Páscoa é fácil fazer festa com o povo malgache para quem a certeza da vida para lá da morte é um dado óbvio e sem intermitências.
Segundo, ao partir neste momento, lembro-me que vai fazer 25 anos, a 2 de Janeiro de 2007, que os primeiros portugueses SCJ entraram em Ma-dagáscar.
Chegaram em 1982 à diocese de Ma-nanjary. O anúncio do Evangelho foi a grande ocupação inicial. Os primeiros missionários en-contraram 15 pe-quenas comunida-des cristãs em Ifanadiana e neste momento são já 135 comunidades. Ainda hoje a maior parte dos religiosos SCJ em Madagáscar estão ao serviço do anúncio directo do Evangelho e da pro-moção social do povo malgache.
Com o tempo, começou o acolhi-mento de jovens malgaches à vida religiosa. Criou-se, assim, uma estru-tura para a formação dos jovens dehonianos nas três principais cidades do planalto: o escolasticado em Antananarivo (capital); o noviciado em Antsirabe; e o seminário médio em Fianarantsoa, para o primeiro contacto com os jovens. São já 7 os padres dehonianos malgaches neste momento e este ano serão ordenados ainda outros dois sacerdotes SCJ no mês de Setembro, em Ifanadiana.
São já 25 anos!
É o trabalho, não só do punhado de missionários portugueses e italianos que lá se encontram, mas também o fruto do apoio de duas províncias SCJ e de dois povos generosos e cheios de fé. É bom sentir-se parte desta grande família e por vezes invisível ao primeiro olhar. Que o Coração de Jesus nos continue a unir.

A barca de Jesus

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 352 > Junho 2006
Rubrica: Palavra de vida
> Texto: José Agostinho

Junho é o mês do Coração de Jesus. Nele também se celebra Santo António, a Solenidade do Corpo de Deus, o nascimento de São João Baptista e os Apóstolos São Pedro e São Paulo. Tantas Solenidades juntas tornam difícil a escolha dum texto do Evangelho. Vamos optar pelo texto do último Domingo do mês, o XII do Tempo Comum (Mc 4, 35-41). Porque nos fala de Jesus presente em todo o nosso caminhar.

Levantou-se então
uma grande tormenta… (Mc 4, 37)


Os discípulos vivem a experiência da dificuldade, da tempestade que os atormenta. A barca em que seguem viagem corre sérios riscos, parece que vai afundar-se. Debatem-se com esse enorme problema e, no entanto, Jesus continua tranquilo, a dormir, aparentemente ausente e indiferente ao que se passa à sua volta. A ponto de os discípulos O repreenderem, confrontados com tal distanciamento.
Quantas vezes experimentámos já este desassossego! E quantas vezes nos pareceu que Jesus estava ausente, indiferente às nossas dificuldades! Quando a tormenta se adensa, parece que o Senhor não está, que nos abandonou à nossa sorte, que nos deixa a lutar sozinhos, a debater-nos com as nossas poucas forças, perante tamanhas tempestades. Certamente que já por diversas vezes nos apeteceu perguntar a Jesus, como o fizeram os discípulos: “Mestre, não Te importas que pereçamos?” (Mc 4, 39).


Ainda não tendes fé? (Mc 4, 40)


Chamado pelos discípulos, Jesus acorda para acalmar a tempestade. Cessam os ventos, acalma-se o mar, regressa a tranquilidade. E aqueles homens ainda incrédulos vão fazendo a caminhada de adesão e acolhimento do Salvador que os acompanha na barca da vida, autor de toda a paz, de toda a bonança.
Quando, no mar agitado do nosso caminhar, conseguimos descobrir Jesus presente, encontramos paz, alcançamos serenidade, readquirimos forças para enfrentar todas as tempestades, todas as tormentas. Jesus segue na nossa barca, mas nem sempre somos capazes de O descobrir, de O acolher.
Que este mês de Junho seja caminho de encontro e diálogo sereno com o Coração de Jesus, sempre presente nos caminhos da nossa vida.

Verão: tempo de festa

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 352 > Junho 2006
Rubrica: Primeiro Plano
> Texto: Paulo Cruz

O Verão está aí, e com ele chegaram os dias compridos, o calor, a cor… a festa.
É, sem dúvida, uma estação festiva. A natureza, o ambiente predispõem-nos para tal. Deixamos as cores escuras, sombrias e pesadas no armário e vestimo-nos com cores alegres, vivas e brilhantes. É a exteriorização do que interiormente vai sendo assumido. Não se trata apenas de uma mudança de aspecto ou de aparência, mas de disposição interior.
Tudo em nosso redor parece incentivar-nos à alegria, ao colorido, à festa.
Abandonamos o calor da lareira, o aconchego do sofá e procuramos o convívio na rua em conversas pela noite dentro, nos locais públicos, nas esplanadas, na praia, no campo, na aldeia, na cidade… É sem dúvida, o “abrir-nos” ao mundo, ao exterior, à partilha, aos outros. Parece que o exterior nos suga para o seu interior, faz-nos deixar a inércia da nossa “hibernação” e desperta-nos para a actividade.
Facilmente aparecem motivos para festejar. E para haver festa não é necessário muitas pessoas ou muito “som”, basta que exista alegria interior. E o Verão é uma estação que estimula, e facilmente encontrarmos motivos de alegria.
É nesta altura que grande parte dos planos de um ano lectivo e/ou de trabalho se concretizam: são as férias, há tanto ansiadas (e merecidas); são os resultados de um ano lectivo; são as actividades outrora adiadas por condições climatéricas ou falta de tempo; são as visitas à família, aos amigos, àquele sítio que passamos um ano a dizer que lá íamos no fim-de-semana; e tudo isto são motivos para festejar.
As pessoas nutrem uma atitude muito peculiar. Com o Verão as festas despontam como cogumelos: são as queimas das fitas (a maior e mais memorável festa universitária), são as festas populares (qual a terra que não tem um santo padroeiro que motiva uma procissão e uma festa mais ou menos profana?), são os piqueniques, as idas à praia (tão intrínsecas nos portugueses), as primeiras comunhões, as comunhões solenes, os casa-mentos, os grandes aconteci-mentos desportivos (como o Mundial de Futebol), o regresso dos imigrantes às suas raízes… E as festas multiplicam-se numa lista infindável onde cada um tem o “seu” motivo para festejar.
Uma festa tem de ser saudável. Saudável para o corpo, para a alma e sobretudo para o Ser. Será que é este o espírito das “festas” que frequentamos e proporcionamos?
A vida não pára e não podemos ser como a cigarra que passa o Verão a cantar, mas também não devemos ser como a formiga incansável (porque de facto não o somos e precisamos de vida social). Temos que pensar bem no tempo que dispomos e ter consciência que o tempo que passamos, a cada segundo, não nos é devolvido. Daí a responsabilidade de aproveitar cada segundo para construir uma vida alegre, onde o equilíbrio reine e existam sempre motivos para olhar para a vida como uma festa, porque Deus criou-nos para sermos felizes e fazer os outros felizes.

Brincar

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 352 > Junho 2006
Rubrica: Ao abrir
> Texto: Zeferino Policarpo

“O melhor do mundo são as crianças”, assim se expressou Fernando Pessoa num dos seus célebres poemas. E são, de facto. Pela sua beleza e candura, pela sua simplicidade e simpatia, pela sua pureza e humildade, pela sua paz e serenidade, pela sua alegria e inocência. As crianças são o melhor do mundo.
Jesus propõe as crianças como modelo de vida: “Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do Céu. Quem, pois, se fizer humilde como este menino será o maior no Reino do Céu. Quem receber um menino como este, em meu nome, é a mim que recebe” (Mt 18,3-5).
Iniciámos este mês de Junho celebrando o Dia Mundial da Criança (1 de Junho). É uma proposta anual das Nações Unidas que pretende chamar a atenção dos adultos para determinadas realidades das crianças que precisam de cuidados urgentes.
Devido à pobreza e subdesenvolvimento há crianças que morrem à fome, há crianças que não beneficiam dos cuidados básicos de saúde e estão sujeitas a toda a espécie de doenças, há crianças que não têm roupas para vestir, nem brinquedos para brincar, há crianças que não têm acesso ao ensino e à cultura...
Devido à riqueza e ao progresso há crianças que são colocadas nas entranhadas redes de comércio sexual para satisfazer apetites de ricos sem escrúpulos, há crianças que não o chegam a ser porque são mortas antes de nascer, há crianças que vivem sozinhas e não têm irmãos para brincar, há crianças que são enganadas porque se lhes dá tudo, mesmo aquilo de que não precisam, há crianças que são usadas como cobaias em sofisticados laboratórios clandestinos, há crianças que são vítimas da prepotência dos adultos e das guerras entre os povos…
Estas são faces dolorosas do mundo das crianças. E nós conhecemos bem tudo isto. Felizmente os meios de comunicação social fazem chegar até nós o grito de dor de todos estes seres inocentes. Felizmente também, não faltam iniciativas e gestos bonitos em favor das crianças desfavorecidas: Corrida contra a Fome (21 de Maio de 2006), festas de solidariedade, partilha de bens, momentos de oração, acções de voluntariado,…
Diz-se, e com muita justeza, que as crianças são o futuro da Humanidade. Mas a Humanidade só terá um futuro digno e risonho se os adultos de hoje devolverem às crianças a capacidade de brincar, se deixarem as crianças serem o que são e se procurarem ser como as crianças.

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