06 junho, 2006

Comunicar

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 351 > Maio 2006
Rubrica: Sal da Terra
> Texto: Paulo Rocha

A cada passo, cruzamo-nos com essa dimensão no nosso ser, pessoal ou em sociedade, que faz parte da espontaneidade do nosso dia-a-dia ou de estratégias concertadas de indivíduos ou instituições: a comunicação social.
Brevemente, surgirá no calendário um dia, o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que a Igreja Católica propõe para pensar o mundo dos média.
“Os Média: Rede de Comunicação, Comunhão e Cooperação” é o tema que o papa Bento XVI escolheu para a sua primeira Mensagem para este Dia Mundial, o único a ser sugerido pelo Concílio Vaticano II. No início de um Pontificado, Bento XVI reúne, numa Mensagem, as proposições fundamentais acerca das atitudes da Igreja Católica diante do mundo dos média.
Eles, os meios de comunicação social, fazem parte do nosso dia. E antes de olhar o que diz o papa, a justificação da escolha do tema para estas linhas a partir do que constitui uma aposta profissional e também uma paixão pelo que é capaz humanizar sociedades.
Primeiro, a experiência aponta para a imprescindível necessidade de parcerias com os mundo dos média. Hoje, como em todo os tempos da existência da pessoa humana – um ser em relação –, é absolutamente necessário criar proximidades com os protagonistas dos meios dos meios de comunicação social e, com eles, incluir mensagens que valorizem a pessoa humana, que apontem para relações de fraternidade e olhem para lá do interesse próprio, olhem antes para o bem comum.
Depois, uma constatação de todos os ambientes: é com os órgãos de comunicação social que a pessoa humana estabelece relações, sejam elas alienantes ou construtivas de personalidades em sociedade. À procura de uma companhia para momentos de solidão, ou para conseguir a instrução acerca das questões que fazem a história de cada momento que passa, os meios de comunicação social estão connosco, estão à nossa mercê!
Cabe-nos, a cada consumidor da comunicação social, essa tremenda responsabilidade de abrir o jornal na página com interesse ou mudar para o canal que corresponde ao perfil da sociedade que procuramos construir.
E nessa tarefa, a mensagem do papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deixa pistas. Bento XVI valoriza a capacidade que os média têm em permitir “a comunicação imediata e directa também entre pessoas divididas por enormes distâncias”. E essa é “uma grande oportunidade para servir o bem comum”.
A “quantos trabalham nos média” o papa pede a difusão de “verdades fundamentais e o significado profundo da existência humana, pessoal e social”. A cada meio de comunicação social, Bento XVI sugere que se torne “protagonista da verdade”. Essa será a via da promoção da paz e do diálogo em toda a humanidade, que os meios de comunicação social são capazes de promover, por serem uma “grande mesa redonda”.
Para quem é consumidor de comunicação social – e todo ser humano o é – este dia, o Dia Mundial das Comunicações Sociais, a assinalar a 28 de Maio, é um convite a fechar o jornal ou o livro, a desligar a televisão, a rádio ou o computador e criar espaços de avaliação à forma como se usam os média. Só assim é possível definir estratégias de comunicação (emitindo ou recebendo mensagens) que coloquem essa tecnologia dos média em constante transformação ao serviço do bem comum.

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