09 dezembro, 2006

Comunicação eficaz

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Dentro de ti
> Texto: J. Costa Jorge

De uma forma ou de outra, todos comunicamos, mas muito poucas pessoas dominam a técnica da comunicação verdadeiramente e-ficaz. Nas nossas relações inter-pessoais ocorrem problemas de comunicação com demasiada fre-quência e normalmente provocam uma variedade de problemas sociais que vão dos sentimentos de raiva, conflitos até chegar à violência.
A comunicação é um processo complexo de expressão/envio e de recepção de mensagens. Uma co-municação perturbada deve-se a algum problema numa destas fases do processo.
Para que uma comunicação seja expressiva pode seguir algumas ori-entações:
• Certifique-se de que tem a a-tenção da pessoa com quem pre-tende comunicar, estabelecendo e mantendo contacto visual.
• Tente enviar mensagens claras que sejam coerentes tanto do ponto de vista verbal e não-verbal.
• Diga o que sente e sinta aquilo que diz. Seja directo e honesto.
• Certifique-se de que a mensagem que enviou foi enviada correcta-mente.
A comunicação receptiva eficaz ba-seia-se numa boa capacidade para escutar.
• Assim encare o emissor da men-sagem e mantenha o contacto vi-sual.
• Espere que a pessoa complete um pensamento sem a interromper para poder exprimir as suas próprias ideias.
• Peça esclarecimentos quando en-tendeu a mensagem.
• Faça a reformulação da mensagem que ouviu para que o emissor tenha a certeza de que percebeu a ideia que quis transmitir.
Torne a sua comunicação o mais específica possível, ou o mesmo será dizer evite as generalizações. “És brilhante”, “és maravilhoso”, “és um egoísta”, são generalizações normalmente falsas e podem causar embaraço e mesmo magoar. O mesmo se aplica a auto-afirmações gerais: “sou um idiota”, “nunca faço nada bem”, “sou um génio”. Peça sempre para especificar a generalização. Esta atitude, normalmente leva a pessoa a repensar a sua posição e a expressar-se de forma mais construtiva.
Utilize afirmações na primeira pessoa para exprimir desejos e evite afirmações na segunda pessoa. A forma como dizemos as coisas tem tanta importância como aquilo que dizemos. As pessoas que utilizam afirmações na primeira pessoa conseguem bons relacionamentos e são muito felizes. Estas orientações podem melhorar as suas capacidades comunicativas, promover uma maior compreensão e aumentar a sua qualidade de vida.

Vinde, descansai um pouco

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Palavra de Vida
> Texto: José Agostinho

Nem de propósito! O Verão é o tempo habitualmente escolhido para o descanso, para as férias. Às vezes parece ser questão de importância menor, mas o descanso é essencial na nossa vida. Até Jesus, na azáfama do anúncio do Reino, sentiu necessidade de descansar e de chamar os discípulos ao descanso… Não é uma questão de preguiça, é uma exigência da natureza.

Vinde… e descansai um pouco
(Mc 6, 31)
Jesus tinha enviado os Doze Apóstolos, dois a dois, confiando-lhes a missão de anunciar o Reino, de pregar o arrependimento, de apregoar a libertação, como nos recorda o início do mesmo capítulo de Marcos (cf. Mc 6, 6-13).
Os discípulos regressaram entusiasmados, partilhando com Jesus tudo o que tinham feito e anunciado. E é o próprio Jesus que lhes lembra a necessidade de parar um pouco, para retemperar forças. Porque sugere Jesus esse tempo de descanso? Para rezar? Para combinar novas estratégias pastorais? Para avaliar as acções feitas? Talvez para fazer de tudo um pouco. Fica sobretudo a ideia da necessidade de parar para regressar à actividade ainda com mais vontade e energia…


Eram como ovelhas sem pastor…
(Mc 6, 34)
Pelo que nos conta São Marcos, o “tiro saiu-lhes pela culatra”! De facto, o planeado descanso deu lugar a mais um “banho de multidão”. As pessoas aperceberam-se das intenções de Jesus e dos discípulos e anteciparam--se-lhes. O almejado tempo de repouso deu lugar a mais um tempo de trabalho, de anúncio da Boa Nova do Reino. É que, às vezes, a urgência da evangelização supera a necessidade do repouso.
O descanso é importante. Mas a premência do anúncio do Reino leva, muitas vezes, a trocá-lo pelo apostolado. À partida, é importante tentar conciliar trabalho com descanso, oração e reflexão. Mas o apóstolo é e será sempre alguém que se gasta por inteiro ao serviço do Reino. Possamos também nós viver esta paixão pelo Reino. Se possível, encontremos tempo de descanso, que nos ajude a retemperar forças para depois melhor servir na missão que o Senhor a cada um confia.

Boas férias! Bom descanso!

O afamado "Código Da Vince"

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Primeiro Plano
> Texto: Fátima Teixeira

Em Primeiro Plano esteve durante os meses de Maio e Junho, o tão esperado filme “Código da Vinci”, baseado no romance escrito por Dan Brown e editado em Março de 2003 nos EUA.
Este best-seller criou tanta polémica que foi logo transformado em filme, pois sabia-se que à partida também seria um grande sucesso. Alguns afirmam que foi um dos maiores golpes literários da história, ou seja uma forma rápida de enriquecer, pois joga com aspectos que se sabem à partida provocar polémica. Outros dizem que é interessante pois serve de base de debate a muitas outras questões, como a veracidade ou não de algumas lendas históricas.

Será embuste literário?
O autor afirma que o livro tem por base anos de pesquisa histórica, mas alguns documentários demonstram que muitos aspectos mencionados na obra nem sequer existem. Por exemplo, e embora a Biblioteca Nacional de Paris exista, os manuscritos mencionados no romance não. Por outro lado os fiéis da Opus Dei nem sequer são monges nem usam hábito. Há quem diga também, que as pesquisas que fez tiveram por base outras pesquisas amadoras, ou seja, que aproveitou trabalhos que também eram incorrectos em termos históricos.
Por outro lado também há alguma veracidade, como por exemplo alguns locais e pontos mencionados são reais, como os detalhes da “Última Ceia” e a existência do Túmulo de Isaac Newton.

Mas afinal se são só mentiras
então porquê tanta polémica?
Dizem alguns que ninguém faz este tipo de ilações com o Islamismo, com medo das ameaças de morte, coisa que com o Vaticano é impossível de acontecer. Há também quem diga que Dan Brown foi pago para escrever este livro com o intuito de esconder factos ainda mais graves.
Para os amantes das teorias da conspiração há muito por onde pegar, mas tudo não passa de um amontoado de opiniões e muito pouco de factos reais. Aliás torna-se mesmo difícil encontrar algum facto.

O que é a Opus Dei?
O Opus Dei – Obra de Deus, em latim – é uma instituição hierárquica da Igreja Católica, uma prelatura pessoal, que tem por finalidade contribuir para a missão evangelizadora da Igreja. Concretamente, propõe-se difundir uma profunda tomada de consciência do chamamento universal à santidade e do valor santificador do trabalho corrente. O Opus Dei foi fundado por São Josemaría Escrivá no dia 2 de Outubro de 1928.
As prelaturas pessoais são circunscrições eclesiásticas, previstas pelo Concílio Vaticano II e pelo Código de Direito Canónico, constituídas para levar a cabo, com grande flexibilidade, determinadas tarefas pastorais. Os fiéis das prelaturas pessoais continuam a pertencer às igrejas locais ou dioceses onde têm o seu domicílio.

O que é o Priorado de Sião?
Reza a lenda que foi fundado pelos membros mais nobres dos perseguidos e extintos templários. Estes eram tidos por detentores de segredos descobertos aquando da sua estadia na Terra Santa, como a origem do Cristianismo, o Graal e a linhagem dos supostos descendentes de Jesus.
No entanto, o Priorado de Sião foi declarado legalmente como uma associação francesa a 20 de Julho de 1956. O seu fundador foi Pierre Plantard, cuja teoria era de que o Priorado de Sião dataria de 1099 e teria sido fundado por Godofredo de Bulhão.
Segundo Plantard, os Cavaleiros Templários e o Priorado de Sião seriam duas facetas de uma mesma organização: a primeira pública e a última secreta. Segundo Plantard, o Priorado teria como missão proteger os descendentes da dinastia merovíngia, organizando-se contra a Igreja Católica.
Mas em 1989, Pierre Plantard, desgastado pela progressiva divulgação na França da natureza fraudulenta da sua criação, decidiu negar a mesma.

Existem outros evangelhos?
É um facto de que no ano 1945, cinquenta textos foram descobertos no Egipto que continham literatura que pertencia aos Gnósticos. Entre estes textos se encontrava o evangelho de Filipe, o evangelho da verdade, e o evangelho de Tomé.
No entanto, estes evangelhos não são livros perdidos da Bíblia como diz o livro de Dan Brown. São os documentos de um pequeno grupo de pessoas (Gnósticos) que acreditavam numa versão de cristianismo muito diferente da dos primeiros cristãos.
Então o livro de Dan Brown está correcto ao afirmar que existiam evangelhos gnósticos, mas é falso afirmar que eles são os mais velhos ou os mais verídicos da vida de Jesus Cristo. A razão pela qual estes textos não estão incluídos no Novo Testamento é que os apóstolos (ou aqueles conhecidos aos apóstolos) não escreveram estes textos. Os autores dos evangelhos gnósticos são desconhecidos.
Existe evidência histórica de que os quatro evangelhos que temos no Novo Testamento se tornaram aceitáveis muitos anos antes das datas mencionadas no livro. Além disso, os escritos dos Gnósticos foram rejeitados porque a sua autoria era de um grupo de pessoas que não acreditava que Jesus era Deus.

Uma obra de ficção
Em conclusão, este tipo de obra não é um documento histórico, mas sim pura ficção, cujo objectivo é de entretenimento. Claro que quem o escreveu soube manipular bem alguns pontos, como a curiosidade crescente sobre o fanatismo religioso e as vidas secretas dos seus elementos. Tudo com o simples fim de cativar as massas e assim conseguir um êxito literário.
Não há dúvida de que Dan Brown é um bom contador de histórias, que soube aproveitar toda uma conjuntura mundial, para, à boa maneira americana, conseguir misturar ingredientes do agrado público e assim enriquecer rapidamente.

Férias

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Nós, pais
> Texto: Ana Maria + Joaquim Leite


 Tempo de retemperar forças;
 Tempo de tolerância;
 A busca do calor, das praias, do sol, da natureza;
 A busca da leveza, de um livro, de uma conversa, de uma música, dos sons da natureza, em suma, procurarmos aquilo com que nos sentimos bem.

“Mais umas férias de Verão se aproximam. Que alegria! Terminou a escola, já não há trabalhos de casa para fazer, já não tenho que me levantar cedo! Está um calor! Que bom! O que fazer agora com todo este tempo livre que tenho?” – pensarão muitos.
Alguns até acharão que não há nada para fazer e que os dias vão ser uma monotonia. Mas se pensarem um pouco, na verdade as férias são um óptimo tempo de crescimento interior, desde que o orientemos e tiremos proveito desse tempo que temos “a mais”, e em que, a divertirmo-nos saudavelmente, podemos aprender muitas coisas para a vida. Nada melhor que o tempo de férias de Verão para fazer coisas diferentes. Aquelas coisas de que gostamos e que durante o ano lectivo aguardam uma oportunidade que tarda em chegar.

É agora o momento!
As férias são também um tempo privilegiado para recuperar forças, descansando, o que não é necessariamente não fazer nada, mas sim aproveitar o melhor possível o tempo disponível.
Preparar as férias já é um tempo que dá um certo prazer. Para onde vamos, com quem vamos, quando podemos ir, quanto tempo, o que entendemos poder gastar, que ambiente de férias é que precisamos. Este último aspecto é muito importante ser bem escolhido, ou corremos o risco de chegar ao fim das férias mais cansados do que no início.

Que podemos planear?
> Encontros com outros jovens da mesma idade, em grupos organizados, campos de férias em que há actividades bem divertidas;
> Fazer voluntariado durante uma parte das férias, começa a ser cada vez mais uma opção de muitos jovens. Há quem faça as férias a servir e a ajudar os outros encontrando aqui uma grande satisfação, pondo as suas capacidades ao serviço de quem necessita, sem propaganda. No fim talvez fique, e ficará com certeza, uma experiência que deixa um sorriso interior que dura e nos faz sentir úteis de uma forma diferente;
> Passear com os pais, ir à praia;
> Fazer tertúlias com os amigos, ouvir música, ir ao cinema;
> Tentar, acima de tudo, diversificar as actividades fazendo coisas que nos descontraem e nos agradam.
As férias são como que uma espécie de pausa retemperadora. A primeira necessidade é pormo-nos bem para depois voltarmos à actividade normal. É também um retiro se o quisermos, um tempo de mudança de ciclo na vida anual, um tratamento à nossa agitação, às angústias, a tanta coisa que nos apoquenta. Faz bem parar um pouco para depois estar melhor.
Bom, temos de nos lembrar que muitos de nós fazem as férias em casa, sem ir para fora. Nós também já fizemos isso várias vezes. Temos de fazer e procurar o que necessitamos e podemos, e nem por isso deixa de ser divertido.

Saborear a vida
Neste tempo de paragem estamos mais receptivos a saborear o valor de pequenas coisas:
> O prazer do fresco a caminhar na areia molhada, de sentir a brisa na nossa pele;
> O gosto de ler um livro à sombra de uma árvore, com o som do vento, dos pássaros, enfim, da natureza. Sons que apagam o “barulho” que tantas vezes está na nossa cabeça cuja origem radica na agitação da nossa vida, do nosso dia-a--dia;

> Sentir os aromas da maresia, das flores, da terra molhada, etc.
Bom, esperamos ter aguçado o vosso apetite para este tempo de férias, para estas sugestões de vivências que, quanto a nós, são bem mais salutares que correr centros comerciais ou afundar no sofá a ver televisão, ou mesmo horas a fio em jogos de computador, onde não há brisa, vento, pássaros, cheiro de flores ou da terra…
Está nas nossas mãos não perder o tempo disponível.
Não há boas férias para quem tem como objectivo “não fazer nada”.

Férias na Praia

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Outro Ângulo
> Texto: Maria Leonor

Apesar de a ida à praia ser apenas uma das muitas actividades de ocupação dos tempos livres durante as férias de Verão, ela é, de longe, a favorita dos Portugueses. Na verdade, tem sido assim desde sempre, primeiro para zarpar nas nossas conquistas pelo Mundo, mais tarde por razões terapêuticas e agora sobretudo por divertimento e para descansar. E o facto de termos algumas das melhores praias da Europa, com um total de 207 praias com a bandeira azul hasteada, também contribuiu para o sucesso deste estilo de férias, assim como o acesso gratuito e as múltiplas valências que oferece a toda a família.
A praia, contudo, esconde inúmeros perigos, havendo um conjunto de cuidados a ter que de maneira nenhuma podem ser ignorados.
Como vem acontecendo todos os anos, com o início da época balnear, os especialistas renovam os apelos para proteger a pele dos efeitos nocivos do sol através do uso obrigatório de protectores solares e de uma exposição racional ao sol, evitando sempre as horas de mais calor. A adopção deste tipo de comportamentos é fundamental, já que os escaldões e o cancro da pele são cada vez mais uma triste realidade. Para alertar as pessoas sobre os efeitos nocivos do sol, o Instituto de Meteorologia tem disponibilizado no seu site, há cerca de um ano, informação diária sobre a radiação originada pelos raios UV. Paralelamente, insiste-se agora no recurso a óculos de sol não só pelos adultos, mas sobretudo pelas crianças, incluindo os bebés, para proteger os olhos da luz que pode danificar a visão que só fica definitiva na adolescência.
Relativamente às habituais infracções cometidas todos os anos nas praias portuguesas, a grande novidade parece ser a nova legislação que prevê coimas até aos mil euros para banhistas que entrem no mar com a bandeira vermelha hasteada. E o melhor mesmo é não arriscar já que, segundo o Instituto de Socorro a Náufragos, as praias portuguesas vão ser vigiadas por 4500 nadadores-salvadores e 470 polícias marítimos. Com esta medida, pretende-se não só responsabilizar os banhistas, mas também evitar mortes por afogamento e dar mais autoridade aos nadadores-salvadores, que, por seu turno, terão obrigatoriamente de se empenhar ainda mais, sob risco de serem multados também.
Desta forma, pretendo apenas alertar para alguns dos cuidados a ter durante o Verão, cuidados esses que, se ignorados, podem não só significar a perda de uma avultada quantia em dinheiro, mas também, na pior das hipóteses, na perda da própria vida. Felizmente para todos nós, qualquer uma das medidas de prevenção é fácil de concretizar e não põe em risco os óptimos momentos que a praia e as férias proporcionam sempre.

Tempo para brincar

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Nada de Novo
> Texto: David Vieira

Chegaram as férias escolares. Agora há mais tempo para brincar e para aprender na escola da vida.
Recordo as brincadeiras da minha infância. Éramos nós que fazíamos a maior parte dos nossos instrumentos de lazer. Às vezes bastava um pau, um fio ou uma lata velha e lá nos entretínhamos como se se tratasse do mais sofisticado brinquedo. Foi nessa escola da vida que cresci e aprendi a lidar com as coisas, a respeitar as regras, a saborear vitórias ou a saber perder.
Hoje continuo a aprender o significado de tais brincadeiras. De entre esses jogos sobressai o Jogo das Damas, infelizmente sem adeptos entre as novas gerações dos nossos dias. Com um simples pedaço de telha ou um resto de giz desviado na escola desenhávamos no cimento do chão um tabuleiro improvisado. Demarcávamos até as casas pretas das brancas. Com as caricas recolhidas zelosamente ou com as bolotas de eucalipto bem alinhadas, começávamos o desafio. Um passo de cada vez, mas sempre em frente. Ultrapassando obstáculos, saltando de casa em casa até conseguir chegar à meta sem se perder. Uma vez aí, podíamos movimentar-nos sem limitações, eliminando os obstáculos à frente ou de trás até se esgotar todos os objectivos.

Hoje, tantos anos depois, continuo a jogar, mas no tabuleiro da vida, porque o Jogo das Damas tem as regras da vida. Senão vejamos:

> Todos partem em igualdade de circunstâncias. Todos bem alinhados e em número idêntico.
> É um desafio entre a Luz e as Trevas, peças brancas contra peças pretas.
> O caminho já está traçado, mas há sempre liberdade de opção. Há momentos em que é preciso ceder para ir mais além.
> Não se pode dar dois passos de uma só vez, é preciso calma progressiva.
> Só se deve andar para a frente, nunca voltar para trás.
> Passar por cima dos outros é pô-los fora de jogo.
> Mas, quando se está no topo, as pedras elevam-se e pode-se andar por onde se quer, realizando todos os nossos sonhos.

Assim se jogava e assim se aprendia a viver. O Jogo das Damas passou à história, mas as suas regras continuam em vigor. Com certeza que hoje haverá outros jogos, e por ventura outras damas, que continuam esta escola da vida.

Descansar

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 353 > Julho 2006
Rubrica: Ao abrir
> Texto: Zeferino Policarpo



Férias! Quase parece uma palavra mágica que por esta época atravessa os dias quentes de Verão. Escolas, instituições, empresas, organismos do Estado, todos reduzem consideravelmente o ritmo de trabalho. O país quase pára porque uns estão de férias e os que estão de serviço não sentem a pressão do trabalho como noutras épocas do ano.

Hoje, mais do que nunca, o período de férias é muito apreciado. O ritmo acelerado da sociedade em que vivemos, a necessidade de responder com exigência aos diversos compromissos, o envolvimento das pessoas em múltiplas actividades, a sede de convívio com a família e com os amigos, o horário de trabalho ritmado e cansativo, a rotina do dia-a-dia, a falta de tempo para se fazer aquilo de que tanto se gosta, a ânsia de se libertar de tantos e tantos condicionalismos que a vida moderna impõe… tudo isto impele--nos a sonhar com as férias, desejá-las com ansiedade, projectá-las com minúcia para que não se desperdice o mínimo segundo.

Aí estão as férias. São a justa recompensa para quem trabalhou com empenho. Talvez não sejam as férias que fomos sonhando e acalentando ao longo do ano. Mas são as férias possíveis. Alguns dos nossos estimados colaboradores, de acordo com a sua especialidade, apresentam neste número de A Folha dos Valentes excelentes sugestões para viver bem este tempo de férias. Não as vou repetir. Apenas deixo o convite para uma leitura atenta. Que cada um dos nossos amigos leitores possa encontrar aqui referências para viver bem este tempo de descanso que a vida proporciona.

A revista também vai de férias. Contamos voltar a entrar em vossas casas nos primeiros dias de Setembro.

Aos articulistas e demais colaboradores, aos leitores e amigos desejo umas merecidas férias. Que cada qual possa retemperar as suas forças, reencontrar-se consigo, com Deus e com os demais, para, depois, empreender de novo o caminho com renovado entusiasmo e vontade de construir um mundo melhor.

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