Colorir

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 350 > Abril 2006
Rubrica: Ao abrir
> Texto: Zeferino Policarpo

Por vezes a nossa vida reveste-se de tons cinzentos, escuros e tristes. Por vezes a cruz que sempre nos acompanha parece pesar mais. Por vezes a esperança que anima o nosso andar quase que se desvanece. Por vezes a vida que tanto amamos e defendemos adquire matizes de morte e de dor. Tudo isto faz parte da via-sacra do Homem. Tudo isto é paixão. Mas nós, os crentes, não podemos, de modo algum, permanecer nestas situações que são normais da existência humana.

Há poucos dias iniciámos a Primavera. À nossa volta vemos a natureza que se renova e que se veste de flores, em tons variados e coloridos. O verde conquista o seu espaço nos campos e nas árvores até agora despidas. Sentimos este palpitar da vida.

Estamos nos últimos preparativos para a celebração da Páscoa. A Páscoa também nos fala de Vida, de Ressurreição. E é para aí que temos de caminhar. Não podemos ficar tristes e desanimados nos caminhos da paixão, da dor, do insucesso e das contradições. Há que recuperar a esperança, há que meter-se a caminho, há que levantar o olhar para o alto.

Páscoa! Há que fazer a passagem da morte à vida. Páscoa! Tempo de sorrir, mesmo que por detrás do sorriso haja um sentimento de dor. Páscoa! Tempo de alegria mesmo que por detrás da alegria haja um rasgo de tristeza. Páscoa! Tempo de gritar: onde está, ó morte, a tua vitória?

É Primavera. É Páscoa.
É tempo de colorir a vida!
Feliz Páscoa!
Que a fé em Cristo vivo e ressuscitado dê mais cor e sentido à vida de todos nós.