22 março, 2006

Pacto de Amor

in A FOLHA DOS VALENTES - Nº 349 > Março 2006
Rubrica: Nada de Novo
> Texto: David Vieira

Na véspera da sua primeira profissão religiosa, depois de uma Hora Santa, Leão Dehon, antes de ir repousar, escreveu num rascunho um 4.º voto que, a título particular, queria assumir. Foi o seu Pacto de Amor ou voto de vítima. Durante a noite, mal conseguiu dormir, entusiasmado com a resposta que ia dar ao chamamento do Senhor. Qual seria o seu lugar na Igreja?
“Meio a dormir, vi um campo vasto, uma autêntica seara… Era grande aquela seara, mas os trabalhadores eram poucos, apenas três. Reparou melhor. Todos exerciam as mesmas funções, todos colhiam do cereal abundante, mas cada um com distintas disposições.”
Conseguiu reparar que o primeiro trabalhava não por vontade própria, mas obrigado. Era, sem dúvida, um escravo. Trabalhava não por gosto mas por imposição, com medo de ser castigado.
O segundo, fazia o mesmo serviço, mas com atitude diferente. Parecia um assalariado interessado em ganhar a sua jorna. Mais parecia um negociante que dizia: toma lá o meu trabalho, mas dá cá o meu salário. Trabalhava apenas por interesse.
Finalmente, o terceiro trabalhador exercia a mesma tarefa, mas a sua motivação era muito diferente. Notava-se que trabalhava por amor, não com medo do castigo nem a pensar na recompensa. Era aquele que irradiava mais alegria. Estava ali não como escravo nem como mercenário mas por ser filho do dono da seara. Estava com toda a naturalidade a ajudar o seu pai.
Fixando-se com mais atenção no rosto deste ceifeiro, Leão Dehon reparou que este tinha uma fisionomia conhecida. Tinha o rosto parecido com o dele. Era mesmo a sua cópia fiel. Esta constatação fê-lo voltar à realidade.
Tinha encontrado a resposta à sua pergunta: Qual o seu lugar na Igreja?
Leão Dehon queria ocupar o lugar de filho. Isso explicava as suas disposições ao consagrar-se a Deus pela Profissão Religiosa. Não o fazia por imposição ou por interesse pessoal, mas simplesmente por puro amor. Não esperava recompensa nem prémio, apenas partilhava o seu amor ao Pai.
Mais tarde sintetizou esta reflexão numa frase simples: “O Coração de Jesus é um Coração de Filho”.
Leão Dehon queria ocupar na Igreja o seu lugar de filho, a exemplo do Coração de Jesus.

> comentários efectuados:

No dia 10 junho, 2006, Anonymous Anónimo escreveu esta mensagem...

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